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A nossa conscientização que a vida aqui na Terra é transitória e que este corpo físico é um invólucro provisório do nosso espírito imortal, pode levar muito tempo ou mesmo muitas existências.
A percepção desta transitoriedade da vida terrena se inicia quando humildemente entendemos, que o maior propósito de estarmos aqui é a nossa evolução moral. Este discernimento se fortalece quando permitimos que faça parte do nosso íntimo, aceitando-o sinceramente, e se torna finalmente realidade quando, com coragem e persistência, procuramos colocar em prática este aprendizado, alinhando-o com os nossos pensamentos, palavras e atos.
Devido ao nosso atual estágio evolutivo, o maior "despertador" para esta percepção, de que somos seres espirituais vivendo uma provisória experiência humana, ainda é a dor.
Diante das dores e das desilusões terrenas, o processo de conscientização e amadurecimento moral tem uma instigação, e dependendo do nosso livre arbítrio e do nosso esforço de compreensão, ele pode ser acelerado.
Temos um ditado que diz: "Nos aproximamos de Deus pela dor ou pelo amor". Isto não é só um jargão espírita, é também uma pergunta que o apóstolo Paulo fez na carta aos coríntios, "Quereis aprender pela vara ou através do amor?"
A dor é um alarme que nos desperta, para consultarmos a nossa bússola interna, ou nosso "GPS" interior, nos convocando a rever a nossa direção, nos mostrando muitas vezes que estamos nos desviando da nossa rota evolutiva.
O longo tempo que o amor levaria para acordar seres adormecidos como nós, a dor consegue fazer com mais rapidez, ela nos proporciona aprendizado, e para o nosso próprio bem nos faz rever comportamentos.
Com a dor física percebemos que abusamos do nosso corpo, com a dor da solidão nos conscientizamos que não somos uma ilha, com a dor da partida de um ente querido percebemos que também não somos daqui, com a angustiante dor do vazio existencial, buscamos encontrar a nossa essência Divina, aplacando o nosso orgulho e o nosso egoísmo.
A dor é uma consequência. Ela surge quando o amor não foi bem compreendido. A grande lei universal de sapiência que nos leva a felicidade e ao encontro do Pai é a prática do amor.
Bem aventurados aqueles que estão despertando através do amor, que não esperam para serem servidos neste mundo, e não perdem oportunidades de servir com amor, além das suas obrigações. Estes, sim, encontraram mais cedo e com muito mais sabedoria o caminho da verdadeira felicidade.